terça-feira, agosto 16, 2005

Baixa da Banheira


A primeira referência conhecida do Lugar da Banheira reporta-se a 1403. Sítio da Banheira, Lugar da Banheira, Terras Baixas da Banheira do Tejo são apenas algumas das designações que ao longo dos tempos é possível, através de registos diversos das épocas, referenciar a localização da actual Baixa da Banheira. Ninguém lhe deu baptismo, foi a terra que o deu a si própria através da evolução do Sítio da Banheira, definição correcta duns terrenos baixos à volta do alongamento duma pequena enseada do Tejo designada por "Banheira de Alhos Vedros".
No início do séc XIX, a área que hoje abrange o termo da Baixa da Banheira não era senão constituida por pinhal e montado, sendo a lenha e o carvão vegetal, além da extracção de sal, o único meio de sobrevivência humana conhecido. Foi em 1861, com o surgimento do caminho de ferro, que se começou a tornar possível a colonização agrícola nos núcleos ribeirinhos
A primeira licença de construção concedida pela Câmara da Moita para este lugar, ocorreu em 31 de Julho de 1935, a Henrique Amado, numa pequena porção de terreno na Freguesia de Alhos Vedros, num sítio denominado Cabral de Cima, onde viria a nascer a Baixa da Banheira. Outros seguiram as suas pegadas, oriundos da Beira Baixa.
De um momento para o outro nasceu uma nova localidade que crescia sempre num ritmo verteginoso e desordenado, dois ou três anos depois, estava erquido um pequeno povoado. Nos seus primórdios, constituía uma área residencial de ferroviários e operários corticeiros, que se formou numa faixa fronteiriça ao Lavradio e ao longo do caminho de ferro, um sítio denominado de Cabeço de Alhos Vedros.
No ano de 1940, o número de fogos era 347 e 1638 habitantes. Em 1950 a população subiu para 5425, atingindo nos anos 60, 4193 fogos e, 12525 habitantes. Entre 40 e 60, a Baixa da Banheira absorve praticamente todo o crescimento urbano do concelho da Moita, sendo portanto nos anos que medeiam as datas indicadas o grande salto de crescimento urbano, induzido pela transferência e desenvolvimento de grande parte das unidades fabris da CUF de Lisboa para o Barreiro.
A partir dos anos 50 deu-se uma nova migração, de gentes vindas de terras alentejanas e algarvias.
De 60 para cá, a Baixa da Banheira tem tido um crescimento a ritmo quase constante, atingindo, em 1970, 24 mil habitantes (5227 fogos) e 30 mil habitantes (6835 fogos) em 1980. Em 1984 atingia cerca de 35 mil habitantes.
Em 26 de Janeiro de 1967, a Baixa da Banheira passou a Freguesia.
Quando esta terra travou uma justa luta pela emancipação, aqueles a quem coube resolver o litígio, para dar satisfação aos interesses de uns poucos, despojaram-na de três fábricas de cortiça e dum forno de cal, que por direito inalienável da lei pertenciam à nova freguesia e bastante a valorizaria no aspecto económico. Alhos Vedros possuía então 43 fábricas de cortiça e, desta maneira, mais três, menos três, não lhe traria uma diferença muito significativa.
A população da Baixa da Banheira, essencialmente operária, distribuia-se na sua maioria pelas fábricas do concelho do Barreiro, predominantemente na Quimigal (ex-CUF), sendo também bastantes aqueles que trabalhavam na C.P.. As fábricas de Alhos Vedros (cortiças e confecções) ocupavam ainda, que em menor quantidade, alguns banheirenses, com larga preponderância para o sexo feminino.
Pelas características bem definidas da composição do agregado populacional da Baixa da Banheira, sempre com o espírito de desenvolver e melhorar as condições de vida duma populaçao que trabalha, e a olhar para o futuro, o 25 de Abril de 1974 abriu as portas para se alcançar a meta que os habitantes desta terra há muito desejavam.
Em 1979, as Autarquias Locais, aprovaram a elevação da Baixa da Banheira à categoria de Vila, o que se veio a concretizar ao fim de cinco anos, 16 de Maio de 1984, na Assembleia da República.
Com a criação da freguesia do Vale da Amoreira, a 11 de Março de 1988, a Vila da Baixa da Banheira passa a ser composta por duas freguesias.

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