sexta-feira, outubro 21, 2005

SUA ECONOMIA

Pode-se afirmar que a Baixa da Banheira não tem uma base económica sólida. É simplesmente um gigantesco dormitório! Foi assim fadada pelos homens. Quando esta terra travou uma justa pleja para se emancipar, aqueles a quem coube resolver o litígio, para dar satisfação aos interesses de uns poucos, despojaram-na de três fábricas de cortiça e dum forno de cal, que por direito inalienável da lei pertenciam à nova freguesia e bastante a valorizaria no aspecto económico. Alhos Vedros possuía então 43 fábricas de cortiça e, desta maneira, mais três, menos três, não lhe traria uma diferença muito significativa.

A população da Baixa da Banheira, essencialmente operária, distribuia-se na sua maioria pelas fábricas do concelho do Barreiro, predominantemente na Quimigal (ex-CUF), sendo também bastantes aqueles que trabalhavam na C.P.. As fábricas de Alhos Vedros (cortiças e confecções) ocupam ainda, se bem que em menor quantidade, alguns banheirenses, com larga preponderância para o sexo feminino.

Sem indústria expressiva, detentora dum comércio que sendo farto, apenas uma escassa dúzia de casas comerciais reunem um nível digno de apreço e das quais a maioria dos proprietários são estranhos à terra, sem possuir a mais pequena fracção de exploração agrícola, embora pertencendo a um concelho de grandes tradições na agricultura, a Baixa da Banheira não tem na realidade uma economia digna de menção.

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domingo, outubro 16, 2005

EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

Quando em 1935 o primeiro bandeirante aqui assentou arraiais, todo o terreno que hoje constitui a Baixa da Banheira pouco mais teria que três dezenas de habitantes, entre rendeiros, trabalhadores rurais e proprietários das terras. Frise-se entretanto que a maioria destes últimos não residiam aqui. Volvidos dez anos, já o lugar apresentava o aspecto de uma pequena aldeia, embora muito disperso e irregular.

O lugar do Vale da Amoreira, onde agora se verifica uma urbanização que modificará radicalmente a fisionomia desta já enorme urbe, teria sido o local habitado desde há mais tempo, pois no recenseamento efectuado em 1911 registaram-se ali 5 fogos e 24 habitantes. Cinco anos depois do seu nascimento, portanto em 1940, a Baixa da Banheira tinha uma população de 1638 indivíduos; o Vale da Amoreira, 126 e o Alto de Serra, 87. Em 1950 a população daquele lugar subiu para 5425 e logo em 1960 acusou imprevistamente a cifra de 12525 habitantes! Neste recenseamento registou-se 139 pessoas no Vale da Amoreira e 105 no Alto da Serra. Então apareceu pela primeira vez o Bairro Paixão, a Baixa da Serra e a Barra-a-Barra com 129, 215 e 35 habitantes respectivamente. Antes de 1970, a densidade demográfica desta já verdadeira «cidade» era estimada em 24000 pessoas e a julgar pelo recenseamento eleitoral efectuado nos fins de 1978 e princípios de 1979, a estimativa dá-lhe à volta de 30000 habitantes.

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sábado, outubro 08, 2005

DE ONDE LHE VEIO O NOME

A área que hoje é abrangida pela Baixa da Banheira era denominada pelo nome dos proprietários das quintas que a retalhavam, pelos seus acidentes geográficos ou por outras particularidades que se esfumaram com o rolar dos anos. A partir dos meados dos anos 30 podemos verificar nos requerimentos feitos à Câmara da Moita uma nomenclatura bastante vasta e até, por vezes, algo confusa. Entre muitos outros nomes primam os de Sítio da Banheira, Alto da Serra, Quinta da Zanga-Zanguinha, Quinta do Cabeço e Cabral de Cima.

O actual nome da vila foi-se generalizando pouco a pouco, porque a lógica do nome de Baixa da Banheira se sobrepôs ao absurdo Alto da Banheira, mas só a partir de 1940 este nome e o Sítio da Banheira desapareceram completamente dos livros camarários. No entanto subsistiram os de Alto da Baixa da Serra e o do Sítio do Cabeço (também denominado por Quinta do Cabeço) mas, nos registos das licenças, era-lhes posto entre aspas o nome de Baixa da Banheira, o qual se viria a firmar, triunfando sobre todos os outros.

As autoridades concelhias também o reconheceram oficialmente, o que se verifica num documento apresentado em Sessão de Câmara de 8 de Março de 1940, pelo então presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Moita, João Francisco Ângelo, onde é feita uma longa exposição sobre esta terra ao Ministro do Interior, em que se designa a nova povoação apenas por Baixa da Banheira. A verdade é que depois não lhe faltaram baptistas... mas não é menos verdade que o seu nome actual jamais esteve em causa pela força de coerência com que se impôs a todos os outros, não obstante o jornal «O Século», em 22 de Fevereiro de 1961, o ter considerado «um nome infeliz» e muitos outros, com a manifesta intenção de o desacreditar e humilhar quem nele habitava, o apelidassem de «Xangai» mas, é justo dizer-se, mudar o seu nome nunca esteve no propósito das autoridades, porque o que possui nada tem de ridículo, acasalando-se optimamente com o lugar: Terras baixas ao redor da banheira do Tejo.

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