segunda-feira, março 06, 2006

Texto sobre a Baixa da Banheira

Da autoria do Sr. João Sérgio dos Santos Reis - 31-3-2003 que me enviou por email o texto que segue:


As origens do seu nome e alguma História:

i"Sítio da Banheira, Lugar da Banheira, Terras Baixas da Banheira do Tejo são apenas algumas das designações que ao longo dos tempos é possível, através de registos diversos das épocas, referenciar a localização da actual Baixa da Banheira.
Na verdade, e reportando-se a primeira referência conhecida ao século XIV, o nome da localidade não foi encontrado ou inventado a partir do nada ou por qualquer recente decisão. Assim, Baixa da Banheira é um nome com origens muito antigas e a nossa terra será conhecida através dele e cabe a todos os banheirenses prestigiá-lo e fazer com que cada vez mais pessoas, quando se referem à Baixa da Banheira o liguem a uma terra agradável onde se vive bem e a sua melhor riqueza são as pessoas."

Em termos de história recente a Baixa da Banheira começou praticamente nos anos 30/40 (mais concretamente em 1935 com a construção duma casa na zona que é hoje a Estrada Nacional, no seu inicio a sul...)com a chegada de muitas famílias oriundas principalmente do Algarve, Alentejo, Trás-os-Montes e Beira Baixa (uma comunidade muito grande de S. Pedro do Sul) que procuravam trabalho nas unidades Fabris da região, como por exemplo a CP, a CUF, a Siderurgia Nacional, a Indústria Naval (Lisnave e Setenave) e as Fabricas cortiçeiras, que abundavam na epoca por todo o concelho da Moita.

Foi devido á sua grande e rápida expansão e á fixação de centenas de familias, que juntamente com a Amadora, foi-lhe instituido a designação de "Bairro Administrativo", sendo um pronuncio de futura criação de freguesia. Nessa altura (50/60) era pertença´da freguesia de Alhos Vedros, sendo "disputada" pelo vizinho Barreiro, que sempre sustentou que devido a proximidade e á um conjunto de afinidades com a Baixa da Banheira,(tais como o facto dos transportes colectivos terminarem as carreiras na fronteira concelhia, da maioria da população trabalhar no Barreiro e tambem de fazerem a sua vida social nos seus cinemas e nas suas inumeras colectividades) esta lhe deveria "pertencer". Já nessa altura apresentava a maior densidade populacional do pais, com cerca de 6000 pessoas numa area de apenas 4 km2, dando origem por esse motivo, a uma das nomenclaturas menos abonatórias mas mais ouvidas, para caracterizar a terra: o "Xangai"..

A freguesia da Baixa da Banheira foi então criada a 26 de Janeiro de 1967, pelo Decreto-Lei n.º 47.513 do então Ministério do Interior, sendo a sua importância de 1ª ordem. Comeca-se a desenvolver um grande trabalho na area do desporto e do associativismo, e a formação de varias colectividades é um facto. Assim, nascem entre outras (pelas designações mais populares): o "Ginásio Atletico Clube" (Ginásio), O "Chinquilho", "Os Leais", "O Real", "0 Racing" (mais tarde na decada de 80 unem-se estes 3 ultimos na "União Desportiva e Cultural Banheirense"), o "Banheirense", os "Alentejanos", o "Juventude", A "Sociedade da Baixa da Serra", o "Grupo Columbúfilo", o "Clube Nautico da Barra-á-Barra", os nucleos do Sporting e do Barreirense, entre outros tais como a "Associação de Geminação" (A vila da Baixa da Banheira é geminada com a localidade Francesa de Ville Plaisir, a Norte de Paris), a Associação de Atletismo, Associação de de Ciclismo, etc. Estas colectividades empenham-se em que o maior numero de modalidades e actividades sejam practicadas, desde o Futebol, ao Andebol, Basquetebol, Voleibol, Natação, Halterofilismo, Luta Greco-Romana, Ciclismo, Xadrez, Atletismo, Judo, Ballet, entre outros, sendo de destacar a prestação de inúmeros atletas, que conseguiram até lugares cimeiros em campeonatos nacionais e internaçionais, á custa de muito esforço e dedicação, com os parcos apoios de que dispunham, sendo a quase totalidade trabalhadores/atletas. Também nessas colectividades nasce um pouco o habito dos bailes que é durante muito tempo o principal atractivo das camadas mais jovens da terra.

A fim de dar voz aos fieis existentes na terra, a diocese de Setúbal, manda erguir a Igreja da Baixa da Banheira e é escolhido para Padroeiro da Baixa da Banheira, a figura de S. José Operário. Nas datas do calendário religioso são muito frequentes as procisões. No ambito da Igreja é criado na terra o agrupamento 371 do Corpo Nacional de Escutas. È tambem erguido um cinema, o "Cine Parque" para culmatar a falta de espaços para o efeito (até á sua criação, eram projectados filmes em esplanadas e auditorios improvisados, como a celebre "Esplanada do Chinquilho". O Teatro, é mais tarde muito celebrizado nas diversas colectividades, especialmente após o 25 de Abril de 1974, com varias peças de cariz politico espelhando um pouco por toda a parte, os acontecimentos da época. Com o evento da democracia e a formação dos partidos politicos, são tambem criadas sedes de practicamente todas as forças partidarias existentes. Nascem tambem as comissões de moradores, mais tarde transformadas em Associações de moradores da Zona Sul e da Zona Norte, a Associação de Dadores de Sangue, o Movimento Democratico das Mulheres, Cooperativas de consumo e de habitação e Grupos de Futebol de bairro.

Continuando o seu crescimento e desenvolvimento quer a nivel dos serviços e das infraestructuras, quer a nivel populacional, a Baixa da Banheira foi elevada à categoria de Vila em 28 de Junho de 1984 através da Lei n.º 17/84. Nessa altura, foi criada a freguesia do Vale da Amoreira, que "levou" cerca de 20000 habitantes, outrora "pertença" da Baixa da Banheira, maioritariamente emigrantes das ex.-colónias e muitos portugueses dai provenientes, que compunham na sua grande maioria o bairro do Vale da Amoreira.

Hoje, a sua população já comeca a ter tambem outras origens e os netos das gerações pioneiras foram-se fixando e constituem parte da malha populacional. Com o encerramento de algumas das unidades fabris citadas e a reconversão de outras, a area de trabalho alarga-se designadamente ás zonas de serviços da grande Lisboa, donde muita da população tambem começa a migrar para fazerem parte da nossa terra. A Associação dos Paraquedistas do Sul cria aqui a sua sede, são criadas a Casa do Benfica e o Nucleo do Sporting e nasce um jornal local "A Voz da Vila" que se mantem activo, e prosteriormente outro jornal local de ambito concelhio, de seu nome "O Rio". Enquanto não se constroi o tão ambicionado Centro de Dia e Lazer para os Reformados, estes associam-se havendo já 3 associações: a Associação de Reformados e Idosos "O Norte", o Centro de Convívio de Reformados e Idosos da Baixa da Banheira e com uma media de idades um pouco mais nova, a Velha Guarda Banheirense.

Há um Centro de Saude, 5 farmaçias, cerca de 10 Creches/Jardins Escola, 7 Escolas basicas (5 para o 1º ciclo e 2 para os 2º e 3º ciclos), 1 escola Secundária (em conjunto com o Vale da Amoreira), Serviços Municipalizados de varia ordem, Notarios, Conservatórias de Registo Civil, 2 mercados munincipais (praças), Um Depósito de Captação e Abastecimento de água próprio (com a particularidade de ser a 3ª melhor agua potavel canalizada de Portugal, facto que muita gente desconheçe), um enorme parque ribeirinho (um dos maiores do pais) com areas de lazer, parque de piqueniques, piscinas, campos de ténis, fossos de skate, pista de bicross e campos poli-desportivos, Apeadeiro de comboio da CP da Linha do Sado, Transportes Rodoviarios varios (Transportes Colectivos do Barreiro, Transportes Sul do Tejo, Setubalense), Praças de Táxis, acessos faceis á rede viaria , nomeadamente ás Autoestradas para Lisboa e Setubal, facil acesso á Rede Fluvial para Lisboa e ao Comboio para o Sul do Pais, grande numero de superficies comerciais e de serviços varios (dos grandes espaços ao comercio tradicional), inumeros bancos, companhias de seguros e agencias mediadoras, boa rede de comunicações com grande destaque para a utilização do cabo em toda a freguesia, entre muitas mais coisas, que fazem desta vila, uma terra em evolução.É por isso que é já uma reenvidicação dos habitantes da Baixa da Banheira, a passagem á categoria de Cidade num futuro próximo.


(Nota: o primeiro parágrafo tem a autoria do prefácio do site da Junta de Freguesia da Baixa da Banheira)



Aqui fica o meu público agradecimento pelo texto enviado.

5 Comments:

Blogger joao figueiredo said...

não tive tempo para ler com muita atenção, mas para já duas notas:

.fiquei com a ideia que o texto aponta o nascimento do Ginásio Atlético Clube, do Clube União Banheirense "O Chinquilho", como de todas as outras colectividades para uma data posterior à elevação da Baixa da Banheira a freguesia. Isto não está correcto pois, por exemplo, o Ginásio foi fundado em 1 de Junho de 1938 e o "Chinquilho" a 11 de Maio de 1939.

.o jornal "A Voz da Vila" já desapareceu há alguns anos, e teve como sucessor o "Jornal da Vila" tambem já desaparecido. "O Rio" nasceu de uma "dissidência" do "A Voz da Vila/Jornal da Vila" (sem que o termo "dissidência" tenha aqui qualquer significado perjorativo)

voltarei para ler com mais tempo (e a outras horas :D)

Um abraço

1:50 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Amigo João, o texto remonta a 2003...Não sei se terá alguma influência no que diz do Jornal da Vila...
Abraço

12:54 da tarde  
Blogger Ana said...

PArabéns!!!
Gostei mto da descrição da história da "nossa" vila ;), é sempre bom recordarmos as nossas origens!

relativamente a sermos Cidade num futuro breve, na minha opinião, axo k ainda temos mto k caminhar até conseguirmos lá chegar c as estruturas necessárias.

9:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Desde já agradeço as rectificações descritas nomeadamente ao jornal Voz da Vila. O texto foi escrito por mim em 2003 para ser incluido no site das cidades portuguesas (ja extinto tb..), pelo que me fugiu esse pormenor. Relativamente ás datas de fundação das duas ilustres colectividades em questão no comentário do Sr. João Figueiredo, não disse eu aqui quais as datas, tendo sim "saltado" umpouco no texto, dando a impersão de que as mesmas tinham sido fundadas depois da elevação da Baixa da banheira a vila, o que não é verdade e era facto sabido por mim. Peço desculpa portanto pela má interpretação que vos levei a fazer do texto, merecia de facto ter sido mais cuidadoso nesse aspecto..fica a rectificação.. finalmente, a elevação da Baixa da banheira a Cidade, é de facto uma aspiração dos seus habitantes, tendo no entanto eu de concordar com a Ana no que diz respeito ao trabalho a ser desenvolvido para lá chegarmos, tanto a nivel de infraestructuras como de ordenamento, já para não falar do trabalho enorme de achar uma "vocação" para esta vila, de modo a que nos possamos livrar do espectro de Dormitório e possamos seguir em frente como uma terra com identidade ainda mais própria. Um grande bem hajam a todos. ao vosso dispor, João Sérgio Reis.

11:23 da tarde  
Blogger joao figueiredo said...

não querende ser fastidioso quanto aos pormenores, faço ainda notar mais algumas imprecisões de datas: nos anos 30/40 as gentes não vinham morar para a baixa da banheira para trabalhar na Siderurgia pois começou a laborar em 1961, nem para a Lisnave, pois a inauguração do estaleiro da Margueira deu-se em 1967, nem para a Setenave, pois a sua construção data de 1973.

deduzo ainda que relativamente às restantes datas de fundação das diversas colectividades mencionadas, que o equívoco temporal relativo à elevação a freguesia (e não vila como rectificou no seu comentário, certamente por lapso) lhes seja extensível.

quanto à elevação da baixa da banheira a cidade, já o tinha discutido anteriormente com o autor deste blog, e a minha opinião é semelhante à da ana.

em todo o caso, nota-se que o autor do texto conhece a baixa da banheira, e como tal, espero que continue a contribuir com mais alguns textos.

6:30 da tarde  

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